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O que é a velocidade de Hazen corrigida ou a velocidade ascensional corrigida?

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Há algum tempo alguns clientes colocaram uma pregunta muito interessante: se nos nossos projetos consideramos a velocidade de Hazen corrigida ou a velocidade ascensional corregida quando calculávamos os decantadores lamelares.

Para começar, o que é a velocidade de Hazen corrigida ou velocidade ascensional corrigida? Trata-se de um parâmetro que aparece em muita bibliografia de tratamento de águas que insiste em que o comprimento total dos módulos lamelares não trabalha corretamente, que realmente só trabalha cerca de 80-90% do comprimento do lamelar, pelo que o parâmetro normal da velocidade de Hazen não é correto, pois haverá que descontar a altura do lamelar que não trabalha, portanto, a velocidade de Hazen resultante é sempre maior. Mas, isto é realmente correto? existe verdadeiramente? A resposta é sim, nas nossas simulações CFD detetamos que certamente há uma parte do lamelar que não trabalha corretamente: a água, ao entrar no interior do lamelar, não começa com um fluxo contínuo ou laminar, necessita desta primeira parte da lamela que atua como tranquilizador para começar a trabalhar corretamente. Se gostam de estatística poderíamos dizer que se aplica a lei de Pareto (80-20) inclusive nos módulos lamelares.

Em resposta a se temos em conta nos nossos dimensionamentos a resposta é sim. É fácil solucionar este problema e conseguir um maior rendimento do lamelar, no entanto, há que ter presente que se são descontados estes 20% da altura e se dimensionam os módulos de acordo com este novo parâmetro, sairá sempre uma maior quantidade de módulos lamelares, o que torna o preço menos competitivo. Ninguém considera a velocidade de Hazen corrigida, pelo que sempre a sua instalação será mais cara.

Desde o nosso ponto de vista técnico, a velocidade de Hazen corrigida é um fator que há que ter presente, sobre tudo se estamos perante velocidades de Hazen altas, mas que em velocidades de dimensionamento normais de 0’6 m/h não é necessário.

Últimamente, ao rever bibliografia, observamos que existem livros que não só negam este fator de correção, como também asseguram que antes do fluxo entrar no lamelar, este já está em regime laminar. Após vários testes detetamos o seguinte:

  • Se a inclinação do lamelar está no mesmo sentido que o fluxo de entrada de água, a velocidade de Hazen corrigida existe, pois, ao entrar o fluxo direto através do lamelar, este entra em regime turbulento, pelo que necessita da primeira parte do lamelar para que este fluxo se converta em laminar.
  • Se a inclinação do lamelar está em sentido contrário ao fluxo de entrada de água, o fluxo de água, ao chocar contra a inclinação do lamelar, já consegue corrigir o fluxo turbulento, pelo que quando este entra no lamelar já entra em fluxo laminar.

Portanto, tudo depende do sentido de colocação do lamelar tendo em conta a entrada do fluxo de água no interior do decantador.

19 Fev, 17

 

 

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